quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

e Ícaro voou perto demais do Sol...


Mulheres são românticas. E ponto. Em maior ou menor grau, mas são. Não importa o quão independentes sejam; modernas, antiquadas, feministas, inteligentes, idiotas, altas, baixas, gordas...TODAS somos. Infelizmente, sou mais do que o razoável (razão e romantismo não se bicam, definitivamente). Me achando muito amiga dele, além de paciente, já o tinha inserido como amigo no orkut e tudo. Eu me deixei embalar pelas suas palavras e atitudes, fui literalmente enfeitiçada...já não pensava em mais nada e não agia mais como eu mesma, com aquele bom senso que eu costumava ter; queria vê-lo, ouvir suas palavras, rir junto com o Kaká. Sem me dar conta, me apaixonei. Não queria, não pedi, não dei bola...e, como uma adolescente, me apaixonei. Assim como Ícaro, fantasiei que podia voar, e construí asas com a cera da minha imaginação, para chegar perto do Sol, e derreter, e cair, e morrer... O que eu podia fazer??Ele começou a me cantar, e eu já não raciocinava mais. Resisti o quanto pude, mas ele investiu pesado, insistentemente até conseguir o que queria...fazer de mim um pirão...uma paçoca...uma palhaça!!
Penúltima sessão...me atendeu normalmente, como o fez todas as outras vezes, com o bom-humor e a simpatia de sempre. Mas partiu para o tudo ou nada. Como de costume, lá estava eu, na maca, com a minha roupa de ginástica, pronta para a sessão-tortura. Ninguém merece! Para passar o tempo, conversando, ele me mostrou com orgulho uma tatuagem que possui nas costas. Permaneceu de pé, na porta, trancando e destrancando a fechadura com a chave, num barulho que martelou meu cérebro noite insone adentro...Pirei...inadvertidamente, tempos depois, um pingente da minha maldita lingerie apareceu para fora da bermuda quando me reposicionei na maca, para as outras agulhas. Ele arrumou...estava cheia de agulhas e nada pude fazer para evitar, a não ser virar o rosto quando ameaçou me beijar. Eu não podia!
Saí do consultório em frangalhos, procurando onde me escorar. Tarde demais...
Começou a minha ruína...

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